(This article is part of a project by Trans/Form/Ação: Unesp Philosophy Journal. It is the Authorial Philosophy Dossier, to be published in 2022.) Sentience, defined as the ability to experience basic sensations such as hunger and thirst, heat and cold, is a psychobiological phenomenon involving dynamic patterns of electrochemical waves in living systems, both in animals and in plants. The process of feeling can be studied in two ways: a) Identification and analysis of the universal temporal patterns that characterize feeling, whose study would be Sentiomics; b) Identification and report of the variety of qualitative conscious experiences, from a first-person perspective, whose study would be Qualiomics. Qualiomics is undoubtedly a challenge to conventional science, as stated in the “hard problem of consciousness” (Chalmers, 1995), as the first-person perspective is not accessible to conventional scientific measurement methods and explanations. Sentiomics, focusing on dynamic patterns that define the ability to feel, is therefore susceptible to empirical and experimental treatment. In this article, we propose to contextualize the philosophical assumptions and problems of Sentiomics and present some of its various applications, focusing on the relationship between Sentiomics, music and consciousness.
(Este artigo faz parte de um projeto da Trans/Form/Ação: revista de filosofia da Unesp. Trata-se do Dossiê Filosofia Autoral, a ser publicado em 2022.) A sentiência, definida como a capacidade de se ter experiência de sensações básicas como fome e sede, calor e frio, é um fenômeno psicobiológico, envolvendo padrões dinâmicos de ondas eletroquímicas, em sistemas vivos, tanto em animais quanto em plantas. O processo de sentir pode ser estudado em duas modalidades: a) Identificação e análise dos padrões temporais universais que caracterizam a sentiência, cujo estudo seria a Sentiômica; b) Identificação e relato da variedade de experiências conscientes qualitativas, na perspectiva de primeira pessoa, cujo estudo seria a Qualiômica. A Qualiômica é, sem dúvida, um desafio para a ciência convencional, como afirmado no “problema difícil da consciência” (Chalmers, 1995), pois a perspectiva de primeira pessoa não é acessível aos métodos de medição e às explicações científicas convencionais. A Sentiômica, enfocando padrões dinâmicos que definem a capacidade de sentir, é, portanto, suscetível de um tratamento empírico e experimental. Neste artigo, propomos contextualizar pressupostos e problemas filosóficos da Sentiômica e apresentar algumas das suas diversas aplicações, com foco na relação entre Sentiômica, música e consciência.